A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) prorrogada pela Presidenta Dilma foi amplamente elogiada por empresários do setor automotivo, benefício esse que foi ampliado até o dia 31 de Dezembro. Essa ação é comemorada como uma forma de aquecer a economia e gerar emprego e renda, por´me quem não gostou nada dessa atitude foram os prefeitos que estão precisando fazer um verdadeiro malabarismo para ajustar suas despesas aos orçamentos por causa da redução do Fundo de Participação dos Municípios - FPM.
Fazendo uma análise da distribuição dos tributos no Brasil, os municípios dependem de repasses do governo federal, que de forma egoísta centraliza a arrecadação dos impostos mais rentáveis como o Imposto de Renda - IR e o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. Aos municípios cabe o recolhimento do Imposto sobre Serviços - ISS e o do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU e aos Estados o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS.
Reduzindo a alíquota do IPI visando o aquecimento da economia, o governo federal diminui o repasse para os municípios. É sabido que o IPTU é um imposto de alta inadimplência sendo assim, a combinação da redução do IPI com a inadimplência do IPTU resulta na crise nas finanças das prefeituras.
De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), no primeiro
decêndio deste mês, o repasse do FPM foi 8,5% menor do que no mesmo
período do ano passado. Isso em valores reais, já corrigidos pela
inflação.
As prefeituras dependem aproximadamente entre 60% e 70 % dos repasses do FPM. Em alguns casos chega a representar 90%. Para driblar a crise, a solução encontrada pelos gestores é o corte no orçamento público.
Em Jaboatão dos Guararapes a situação é pior. Só em Agosto desse ano a redução do FPM foi de 16,15% em relação ao mesmo período de 2011. O prefeito Elias Gomes vem demitindo funcionários como forma de enxugar a máquina, reduzindo até custos com telefonia fixa e móvel. A equipe jurídica do prefeito prepara uma ação contra o governo federal pela queda nos repasses. Prefeitos ficam com o "pires na mão" mendigando recursos do governo federal. Criou-se a cultura do " assistencialismo federativo". É precisa mais competência na gestão pública.
Talvez essa crise seja positiva para que se possa chegar a conclusão de que a máquina pública precisa ser tocada de forma enxuta, priorizando a qualidade na gestão. Por que o prefeito Elias Gomes não implementa um sistema de gestão da qualidade na prefeitura de Jaboatão?
É nesse momento que conhecemos o verdadeiro gestor. Administrar com muitos recursos é fácil, o difícil é você administrar com orçamento limitado. É necessário competência na gestão, criatividade e busca por parcerias.
Jaboatão precisa se inserir como cidade que preza pela responsabilidade na gestão pública.
Djalma Junior - Gestor Ambiental e Mestrando em Processos Ambientais